A trajetória de Carla Zambelli: do Femen ao bolsonarismo
Carla Zambelli é uma figura polêmica na política brasileira. Sua trajetória é marcada por mudanças drásticas, desde o ativismo feminista até se tornar uma das vozes mais radicais do bolsonarismo. Neste artigo, vamos explorar sua jornada, repleta de altos e baixos, e como ela se tornou um símbolo de uma era política conturbada no Brasil.
As origens: do ativismo feminista aos protestos de 2013 (2011-2015)
A história de Carla Zambelli começa em 2011, quando ela fundou o grupo Nas Ruas. Este grupo foi fundamental nos protestos contra o governo de Dilma Rousseff. Zambelli se destacou por sua participação ativa e engajada. Em 2012, ela se juntou ao movimento feminista Femen, conhecido por suas manifestações ousadas, incluindo protestos com topless. Essa fase de sua vida foi marcada por um forte ativismo e uma busca por visibilidade.
Em 2013, Zambelli participou de manifestações que marcaram um ponto de virada na política brasileira. Ela relembra esses momentos como um despertar para a necessidade de mudança. “Aqueles episódios foram o despertar. Tínhamos feito manifestações no 7 de Setembro de 2011 e 2012, mas em 2013 foi diferente”, afirmou Zambelli em uma entrevista.
Um dos momentos mais significativos de sua trajetória ocorreu em outubro de 2015, quando liderou um grupo que se acorrentou no Salão Verde da Câmara dos Deputados. Essa ação visava pressionar o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a acolher o pedido de impeachment de Dilma. Essa manifestação foi um marco em sua carreira, acelerando o processo de impeachment e solidificando sua imagem como uma ativista política.
A ascensão meteórica no bolsonarismo (2018-2021)
Em 2018, Zambelli foi eleita deputada federal por São Paulo, impulsionada pela onda bolsonarista. Sua ascensão foi rápida e impressionante. Ela se tornou uma das vozes mais radicais do governo Bolsonaro, assumindo a vice-liderança do governo no PSL e presidindo a Comissão de Meio Ambiente. Sua postura agressiva e suas declarações polêmicas chamaram a atenção de aliados e adversários.
Um dos momentos que mais chamou a atenção da mídia foi seu casamento com o coronel Aginaldo de Oliveira, que teve Sergio Moro como padrinho. Essa união, no entanto, não durou muito. O rompimento ocorreu meses depois, quando Moro divulgou conversas que mostravam Zambelli sugerindo negociações de indicações na Polícia Federal. Esse episódio manchou sua imagem e levantou questões sobre sua ética política.
Os escândalos e a queda (2022-2025)
O ano de 2022 foi um divisor de águas na carreira de Zambelli. Embora tenha sido reeleita como a terceira mais votada do país, sua imagem foi severamente prejudicada por dois incidentes notórios. O primeiro foi o episódio em que ela perseguiu o jornalista Luan Araújo com uma arma em plena rua de São Paulo. Esse ato de violência foi amplamente criticado e, segundo muitos, contribuiu para a derrota de Bolsonaro nas eleições.
O segundo escândalo envolveu sua condenação por invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para criar um mandado falso contra o ministro Alexandre de Moraes. Sua defesa alegou que não havia provas suficientes, mas o tribunal não aceitou a argumentação. Em 2025, Zambelli acumulou condenações que totalizavam 15 anos de prisão: 5 anos por porte ilegal de arma e 10 anos por invasão ao CNJ, além da cassação de seu mandato por propagar fake news.
A fuga e a prisão na Itália
Em 25 de maio de 2025, Zambelli deixou o Brasil, alegando que precisava de tratamento médico. Ela se estabeleceu na Itália, onde possui cidadania. No entanto, sua fuga não passou despercebida. O Brasil fez um pedido formal de extradição e a incluiu na lista vermelha da Interpol. As autoridades italianas conseguiram localizá-la em um apartamento em Roma, resultando em sua prisão em julho de 2025.
O processo de extradição pode ser complicado devido à sua dupla cidadania, mas o tratado bilateral entre Brasil e Itália prevê cooperação em casos criminais. A situação de Zambelli se tornou um exemplo das complexidades legais que cercam figuras políticas controversas.
Reflexões sobre a trajetória de Carla Zambelli
A trajetória de Carla Zambelli é um reflexo das mudanças e tensões na política brasileira nos últimos anos. Desde suas origens no ativismo feminista até sua ascensão no bolsonarismo, sua história é marcada por uma busca incessante por poder e influência. No entanto, sua queda e os escândalos que a cercam levantam questões sobre a ética e a responsabilidade na política.
O que podemos aprender com a trajetória de Zambelli? É essencial que os cidadãos estejam atentos às ações de seus representantes e que a política seja um espaço de diálogo e respeito, e não de violência e desinformação. A história de Zambelli serve como um alerta sobre os perigos do extremismo e da falta de responsabilidade na esfera pública.
Em conclusão, a trajetória de Carla Zambelli é um exemplo de como a política pode ser volátil e imprevisível. Sua ascensão e queda refletem não apenas sua própria jornada, mas também as mudanças mais amplas que estão ocorrendo no Brasil. Acompanhar esses eventos é fundamental para entender o futuro da política brasileira.
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