Mafioso desaparecido Brasil: mistério sobre chefe da Camorra em 1988

Mafioso desaparecido Brasil: mistério sobre chefe da Camorra em 1988

O desaparecimento de Antonio Bardellino, um dos chefes da Camorra italiana, em 1988, é um dos casos mais intrigantes do crime organizado no Brasil. O que aconteceu com ele? Será que ele realmente morreu ou está vivendo sob uma nova identidade? Neste artigo, vamos explorar os detalhes dessa história fascinante e cheia de reviravoltas.

Quem foi Antonio Bardellino?

Antonio Bardellino, conhecido como Don Antonio, nasceu em 1945 em San Cipriano d’Aversa, na Itália. Ele era um dos líderes da Camorra, uma das organizações criminosas mais antigas do país. Bardellino se destacou no tráfico internacional de cocaína, utilizando sua experiência no contrabando de cigarros para expandir seus negócios na América do Sul.

Ele se estabeleceu entre o Brasil e a República Dominicana, onde monitorava suas operações. A polícia italiana estava em seu encalço, e em 1983, uma operação para prendê-lo no Rio de Janeiro falhou. Bardellino havia fugido minutos antes da chegada dos agentes.

A vida de foragido no Brasil

Após a fuga, Bardellino se estabeleceu em Búzios, um destino turístico no litoral fluminense. Ele e seu grupo criminoso, a Nuova Famiglia, estavam envolvidos em atividades de tráfico de drogas, utilizando empresas de fachada para exportar cocaína disfarçada de peixes. A Ceico e a Brasfish eram algumas dessas empresas que operavam na região.

Durante sua estadia no Brasil, Bardellino se tornou uma figura conhecida entre os mafiosos italianos que também buscavam refúgio no país. Ele era visto como um homem de negócios astuto, capaz de driblar a polícia e manter suas operações em segredo.

O mistério do desaparecimento

Em maio de 1988, Bardellino foi dado como morto, supostamente assassinado por um ex-companheiro de máfia. No entanto, seu corpo nunca foi encontrado, e as circunstâncias de sua morte permanecem envoltas em mistério. A investigação italiana concluiu que ele havia sido morto em Búzios, mas não havia testemunhas e o suposto assassino foi morto três anos depois, em Portugal.

Tommaso Buscetta, outro mafioso que se tornou delator, afirmou em 1992 que não acreditava na morte de Bardellino. Essa declaração levantou novas suspeitas sobre o que realmente aconteceu com ele. Documentos da Polícia Federal brasileira indicam que, mesmo anos após sua suposta morte, Bardellino ainda constava como foragido.

As investigações e novas pistas

Em 1993, um relatório da Polícia Federal sugeriu que Bardellino poderia estar vivo e operando no Brasil. O documento indicava que ele havia simulado sua morte e continuava ativo no tráfico de drogas. Informações de inteligência apontavam que ele poderia estar escondido em Tabatinga, no Amazonas, onde drogas eram escondidas em troncos de árvores para serem enviadas à Europa.

As investigações continuaram ao longo dos anos, mas a falta de evidências concretas dificultou a resolução do caso. Em 2023, a Procuradoria Antimáfia de Nápoles reabriu o caso, realizando buscas em casas de parentes de Bardellino na Itália. Um telefonema interceptado em 2014, onde um irmão de Bardellino mencionava “mandar lembranças ao papai”, levantou novas questões sobre sua possível sobrevivência.

A vida após o desaparecimento

Embora Bardellino tenha sido dado como morto, muitos acreditam que ele pode ter vivido uma vida tranquila em algum lugar do mundo. Sua esposa e filhos ainda residem na República Dominicana, e há rumores de que ele tenha constituído uma nova família. A falta de um corpo e as declarações de testemunhas que afirmam que ele ainda está vivo alimentam a especulação.

Rosangela Gonçalves de Mendonça, viúva de Mario Iovine, um dos supostos assassinos de Bardellino, negou qualquer envolvimento no caso e afirmou que não tinha informações sobre o paradeiro do mafioso. Essa negação, no entanto, não diminui o mistério que envolve a história de Bardellino.

Conclusão

A história de Antonio Bardellino é um exemplo fascinante de como o crime organizado pode se entrelaçar com a vida cotidiana. Seu desaparecimento continua a ser um mistério, com novas pistas surgindo ao longo dos anos. Será que ele realmente morreu em 1988, ou está vivendo sob uma nova identidade? A verdade pode nunca ser completamente revelada, mas a busca por respostas continua.

Se você deseja saber mais sobre essa intrigante história, recomendo a leitura do artigo completo na Revista Piauí.

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