Limitação da atuação de optometristas: decisão do STF em Goiás

Limitação da atuação de optometristas: decisão do STF em Goiás

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão que impacta diretamente a atuação dos optometristas em Goiás. Essa decisão gerou debates acalorados sobre a profissão e suas limitações. Neste artigo, vou explorar os detalhes dessa decisão, suas implicações e o que isso significa para os profissionais da área e para a população em geral.

O que são optometristas?

Os optometristas são profissionais da saúde que se especializam na avaliação da visão e na prescrição de lentes corretivas. Eles desempenham um papel crucial na detecção de problemas oculares e na promoção da saúde visual. No entanto, suas funções têm sido objeto de controvérsia, especialmente em relação à legislação que regula sua atuação.

A decisão do STF

No dia 30 de junho de 2025, o STF decidiu manter a validade da Lei estadual 16.533/2009 de Goiás, que limita a atuação dos optometristas. Essa lei proíbe os optometristas de abrir consultórios, vender lentes de grau sem receita médica e fornecer orientações sobre o uso de lentes. A decisão foi tomada em uma ação direta de inconstitucionalidade proposta pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O que diz a Lei 16.533/2009?

A Lei 16.533/2009 estabelece várias restrições para os optometristas. Entre as proibições, destacam-se:

  • Abertura de consultórios para atendimento ao público;
  • Venda de lentes de grau sem receita médica;
  • Indicação ou aconselhamento sobre o uso de lentes;
  • Fornecimento de lentes de grau sem receita de médico com diploma registrado.

Essas limitações visam proteger a saúde ocular da população, garantindo que apenas profissionais qualificados possam realizar determinadas atividades.

Argumentos a favor da limitação

Os defensores da lei argumentam que as restrições são necessárias para garantir a segurança dos pacientes. A visão é um sentido vital, e a prescrição inadequada de lentes pode levar a problemas de saúde ocular. Além disso, a atuação dos optometristas deve ser supervisionada por médicos oftalmologistas, que têm formação específica para diagnosticar e tratar doenças oculares.

Argumentos contra a limitação

Por outro lado, muitos optometristas e defensores da profissão argumentam que a limitação da atuação é excessiva e prejudica o acesso da população a serviços de saúde ocular. Eles afirmam que, com a formação adequada, os optometristas estão capacitados para realizar avaliações visuais e prescrever lentes. A restrição, segundo eles, pode levar a um aumento na demanda por oftalmologistas, que já enfrentam uma carga de trabalho elevada.

O papel do STF na regulamentação profissional

O STF, ao decidir pela manutenção da lei, reafirmou a importância da regulamentação profissional. O relator da ADI, ministro Kassio Nunes Marques, destacou que as proibições contidas na lei estadual apenas reproduzem regras já previstas na legislação federal. Ele lembrou que as condições para o exercício da profissão de optometrista estão estabelecidas nos Decretos federais 20.931/1932 e 24.492/1934, que continuam válidos mesmo após a Constituição Federal de 1988.

Implicações para os optometristas

A decisão do STF traz consequências diretas para os optometristas em Goiás. Com a manutenção das limitações, muitos profissionais podem se sentir desmotivados e desvalorizados. A falta de autonomia para atuar em consultórios e a proibição de vender lentes sem receita médica podem impactar negativamente a prática da profissão.

O futuro da optometria no Brasil

O futuro da optometria no Brasil é incerto. A decisão do STF pode servir como um precedente para outras ações em diferentes estados. A discussão sobre a atuação dos optometristas deve continuar, e é provável que novas propostas de regulamentação surjam nos próximos anos.

Considerações finais

A limitação da atuação de optometristas em Goiás, confirmada pela decisão do STF, levanta questões importantes sobre a regulamentação profissional e o acesso à saúde ocular. Enquanto alguns defendem a necessidade de restrições para proteger a população, outros argumentam que essas limitações são prejudiciais e desnecessárias. O debate está longe de ser encerrado, e é fundamental que a sociedade continue a discutir e buscar soluções que equilibrem a segurança dos pacientes e a valorização dos profissionais de optometria.

Se você deseja saber mais sobre essa decisão e suas implicações, recomendo a leitura do artigo completo na fonte original: Consultor Jurídico.

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