Che Guevara na ONU: Crítica aos EUA na Assembleia Geral
O dia 11 de dezembro de 1964 é um marco na história da Assembleia Geral da ONU. Nesse dia, o guerrilheiro e médico argentino Ernesto Che Guevara, então ministro da Indústria de Cuba, subiu ao palco para fazer um discurso que ecoaria por décadas. Sua fala não apenas criticou as políticas dos Estados Unidos, mas também se tornou um símbolo da luta contra o imperialismo. Neste artigo, vamos explorar o contexto, o conteúdo e as repercussões desse discurso histórico.
O Contexto Histórico
Para entender a importância do discurso de Che Guevara na ONU, é fundamental considerar o contexto histórico da época. A década de 1960 foi marcada pela Guerra Fria, um período de intensa rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética. O mundo estava dividido entre o bloco ocidental, liderado pelos EUA, e o bloco oriental, sob a influência soviética. Nesse cenário, Cuba, após a Revolução de 1959, tornou-se um símbolo da resistência ao imperialismo americano.
Che Guevara, um dos principais líderes da Revolução Cubana, via a ONU como um palco ideal para expor as injustiças e as violações cometidas pelos Estados Unidos. Sua presença na Assembleia Geral representava não apenas Cuba, mas também os povos oprimidos do mundo, que buscavam uma voz contra a opressão imperialista.
O Discurso de Che Guevara
Ao subir ao púlpito da ONU, Che Guevara fez um discurso contundente e apaixonado. Ele começou criticando o que chamou de “vago torneio oratório” promovido pelos imperialistas, afirmando que a ONU deveria ser um espaço para resolver os graves problemas do mundo. “O imperialismo quer converter esta reunião em um vago torneio oratório em vez de resolver os graves problemas do mundo”, disse ele.
Guevara destacou a opressão dos povos, afirmando que “são os povos oprimidos, em aliança com o campo socialista, os que devem ensinar qual é a verdadeira versão” da coexistência pacífica. Ele criticou diretamente o governo dos Estados Unidos, mencionando o controle sobre Porto Rico e a utilização de soldados porto-riquenhos como “bucha de canhão” em guerras imperialistas.
Críticas ao Imperialismo e à Violação dos Direitos Humanos
Um dos pontos mais impactantes do discurso foi a condenação do apartheid na África do Sul e a exploração colonial na África. Che Guevara enfatizou a necessidade de um desarme geral e completo dos arsenais atômicos, afirmando que “nós queremos construir o socialismo; temos declarado ser partidários dos que lutam pela paz”.
Ele também apresentou cinco “pontos necessários” para a paz no Caribe, que incluíam o fim do bloqueio econômico dos Estados Unidos contra Cuba e a retirada da Base de Guantánamo. “Os Estados Unidos invadem”, ressaltou Guevara, “estão fazendo isso historicamente na América”.
A Repercussão do Discurso
O discurso de Che Guevara na ONU teve um impacto significativo, não apenas na época, mas também nas décadas seguintes. Ele se tornou um símbolo da luta contra o imperialismo e da defesa dos direitos dos povos oprimidos. Sua fala ressoou entre os líderes de países em desenvolvimento e movimentos de libertação ao redor do mundo.
Além disso, o discurso de Guevara na ONU é frequentemente citado como um dos momentos mais emblemáticos da história da Assembleia Geral. Ele não apenas desafiou a hegemonia dos Estados Unidos, mas também inspirou uma geração de ativistas e líderes que buscavam justiça social e igualdade.
O Legado de Che Guevara
Che Guevara se tornou uma figura icônica, representando a luta contra a opressão e a busca por um mundo mais justo. Seu legado é complexo e controverso, mas sua mensagem de resistência e solidariedade continua a inspirar pessoas em todo o mundo. O discurso na ONU é apenas uma parte de sua história, mas é uma parte crucial que destaca sua visão e compromisso com a justiça social.
Reflexões Finais
O discurso de Che Guevara na Assembleia Geral da ONU em 1964 é um exemplo poderoso de como a tribuna da ONU pode ser utilizada para expressar críticas contundentes e defender os direitos dos povos oprimidos. Sua fala ressoou não apenas na época, mas continua a ser relevante nos dias de hoje, à medida que lutamos contra as injustiças e desigualdades que ainda persistem no mundo.
Em um mundo onde as vozes dos oprimidos muitas vezes são silenciadas, o legado de Che Guevara nos lembra da importância de lutar pela justiça e pela dignidade humana. A Assembleia Geral da ONU, como um espaço de diálogo e debate, deve continuar a ser um palco para essas vozes, garantindo que todos tenham a oportunidade de ser ouvidos.
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