Expectativas da Cúpula do Brics: Ausência de Líderes Impacta Decisões

Expectativas da Cúpula do Brics: Ausência de Líderes Impacta Decisões

A Cúpula do Brics, que ocorrerá no Rio de Janeiro, promete ser um evento de grande relevância no cenário geopolítico atual. Com a ausência de líderes influentes como Xi Jinping e Vladimir Putin, as expectativas sobre as decisões que serão tomadas estão em alta. Neste artigo, vamos explorar as implicações dessa ausência e o que podemos esperar desse encontro.

O Contexto da Cúpula do Brics

O Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, tem enfrentado desafios significativos em sua trajetória. A cúpula, marcada para os dias 6 e 7 de julho de 2025, ocorre em um momento de crise de identidade do bloco. A questão central é: qual é o papel do Brics em um mundo em rápida transformação?

Os membros do Brics estão divididos entre pressionar por reformas na governança global em diálogo com países do G7 ou contestar abertamente o Ocidente, como têm feito Rússia e China. Essa divisão pode ser ainda mais acentuada pela ausência dos líderes desses dois países na cúpula.

A Ausência de Xi Jinping e Vladimir Putin

A ausência de Xi Jinping e Vladimir Putin na cúpula do Brics é um fator que pode impactar significativamente as decisões do bloco. Xi alegou problemas de agenda, enquanto Putin enfrenta um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional. Essa situação levanta questões sobre a influência que esses líderes teriam nas discussões e decisões do grupo.

Por outro lado, a falta desses líderes pode abrir espaço para que países democráticos como Brasil, Índia e África do Sul demonstrem que o Brics não depende exclusivamente de Pequim e Moscou. Essa é uma oportunidade para que esses países avancem suas agendas e busquem um papel mais ativo nas discussões globais.

Expectativas em Relação às Decisões da Cúpula

As expectativas em relação às decisões que serão tomadas na cúpula do Brics são baixas. Embora haja um consenso sobre a necessidade de uma declaração conjunta, a possibilidade de que algo substancial seja decidido é limitada. A proposta de fortalecer transações comerciais sem o uso do dólar, por exemplo, foi colocada em segundo plano após ameaças de retaliação por parte dos Estados Unidos.

Os negociadores conseguiram contornar resistências internas e chegaram a um consenso sobre a declaração conjunta, que critica tarifas comerciais indiscriminadas e defende a solução de dois Estados no conflito entre Israel e palestinos. No entanto, a falta de líderes influentes pode dificultar a implementação dessas propostas.

Crise de Identidade do Brics

A crise de identidade do Brics é um tema recorrente nas discussões sobre o futuro do bloco. A inclusão de novos membros, como Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos, trouxe uma nova dinâmica, mas também aumentou as divergências entre os países. A heterogeneidade do grupo, com diferentes sistemas políticos e econômicos, pode dificultar a tomada de decisões conjuntas.

Os países do Brics estão divididos entre aqueles que buscam contestar o Ocidente, como Rússia e China, e aqueles que preferem uma abordagem mais conciliatória, como Brasil, Índia e África do Sul. Essa divisão pode se tornar mais evidente na cúpula do Rio, onde as diferenças entre os membros antigos e novos podem surgir.

Alternativas ao Dólar e a Ameaça de Trump

A adoção de alternativas ao dólar para o comércio entre os países do Brics é uma questão que tem sido discutida em cúpulas anteriores. No entanto, a ameaça de tarifas de importação por parte do ex-presidente Donald Trump pode ter um impacto significativo nas decisões da cúpula do Rio. A possibilidade de que a declaração final não mencione meios de pagamento alternativos ao dólar é alta, a fim de evitar novas retaliações.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tem sido um defensor da criação de meios de pagamento alternativos, mas essa questão pode não ser uma prioridade nesta cúpula. A pressão externa e as ameaças de retaliação podem levar os países a adotar uma postura mais cautelosa.

O Papel da Sociedade Civil na Cúpula

Uma novidade na cúpula do Brics é a participação da sociedade civil. O Brasil, como atual presidente do bloco, abriu espaços para que grupos da sociedade civil apresentem suas propostas. Essa iniciativa visa incluir vozes diversas nas discussões e pode trazer novas perspectivas para as decisões do bloco.

Entretanto, essa abordagem pode não ser bem recebida por todos os membros do Brics, especialmente por países como China e Rússia, que têm uma visão mais restritiva sobre a participação da sociedade civil. A inclusão de temas como direitos humanos e participação feminina pode gerar tensões nas discussões.

Desafios e Oportunidades para o Brics

Os desafios enfrentados pelo Brics são significativos, mas também existem oportunidades. A ausência de líderes influentes pode permitir que países como Brasil, Índia e África do Sul defendam suas posições de forma mais assertiva. Essa é uma chance para que esses países mostrem que o Brics pode ser um espaço de diálogo e cooperação, mesmo em meio a divergências.

Além disso, a cúpula do Rio pode ser uma oportunidade para discutir a adesão de novos membros, como Tailândia e Vietnã, o que poderia deslocar ainda mais o equilíbrio do grupo em direção ao Sudeste Asiático. Essa expansão pode trazer novos desafios, mas também novas oportunidades para o Brics.

Conclusão

A Cúpula do Brics no Rio de Janeiro representa um momento crucial para o futuro do bloco. A ausência de líderes como Xi Jinping e Vladimir Putin pode impactar as decisões, mas também oferece uma oportunidade para que países democráticos avancem suas agendas. As expectativas em relação às decisões são baixas, mas a participação da sociedade civil e a discussão sobre alternativas ao dólar podem trazer novas perspectivas. O Brics enfrenta desafios significativos, mas também tem a chance de se reinventar e se afirmar como um espaço de diálogo e cooperação no cenário global.

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